Os provérbios portugueses, por vezes, são suficientes para analisarmos as coisas. Umas vezes acertam outras nem por isso.
Então vejamos:
“Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és”
Nas eleições presidenciais a adesão de elementos da família Soares à sua candidatura fizeram muitos acreditar que o seu objectivo era derrotar o Manuel Alegre, por este ser “inimigo de Soares”, vai daí o Dr. é conotado como soarista. O resultado viu-se, ganhou Cavaco. E o movimento pela cidadania arrecada cerca de meio milhão de votos. Este número foi tão aliciante que o Dr. se deslumbra e fica indeciso com o que fazer no futuro, mas como o interesse da Nação é mais forte, pensámos vai sair daqui algo de novo e nunca visto.
Passada a espuma do tempo, temos:
“Diz-me quanto tens, dir-te-ei quanto vales”
E eis a surpresa das surpresas, os independentes, defensores da cidadania, os cidadãos acima dos partidos políticos, com experiência provada e comprovada em acções humanitárias aceitam encabeçar a lista do PSD por Lisboa (escrevo no plural, para fazer juz ao ditado). Afinal há poucos cidadãos sem afinidades políticas e a movimentarem-se por causas. Não me sinto defraudada porque não votei Fernando Nobre, caso contrário iria ficar muito descrente. É muita pena que um homem da sua estatura se tenha deixado deslumbrar pelo protagonismo que a política espectáculo dá. É pena que ninguém lhe tenha mostrado a sabedoria popular contida nos nossos provérbios. Sim Dr. Fernando Nobre o que contou agora não foi o senhor mais sim o que o senhor representa. Oxalá o futuro não me dê razão. Aqui estarei para dar mão à palmatória.
Portugal merecia melhor.
Ana de Sousa